Com a expansão das redes móveis, os usuários mais assíduos de internet estão passando por uma mudança no comportamento social. O ConsumerLab, área da Ericsson que estuda o comportamento dos usuários, lançou o relatório “A Vida Conectada” e demonstra que os “cidadãos da rede” estão na vanguarda de um estilo de vida mais on-line, que já é adotado por 80% dos consumidores brasileiros.
O material compara dois tipos de consumidores com comportamentos opostos. Um grupo é formado pelos assíduos, que, em média, têm três dispositivos conectados, acessam a internet por, pelo menos, uma hora por dia e utilizam aproximadamente sete serviços digitais diariamente. Já o outro grupo é o dos consumidores não conectados, que têm, em média, um dispositivo e usam a internet, no máximo, uma vez por semana.
Embora o estilo de vida conectado englobe diversos níveis de uso, os principais influenciadores dessa tendência são os mais assíduos – que representam 17% dos mais de 45 mil participantes da pesquisa. Segundo a amostra, 65% dos usuários adotaram alguns aspectos desse estilo de vida e os não-conectados representam 18% de todos os entrevistados.
O Brasil é um dos três países com a maior proporção de usuários assíduos de internet (28%) – perdendo apenas para o Chile (32%) e para a Coreia do Sul (29%) –, mas também apresenta uma grande parcela de consumidores off-line (22%). Países altamente industrializados, como Alemanha e Estados Unidos, não mostram uma grande porcentagem de tais usuários. Porém, apresentam uma amostra mais distribuída entre os consumidores que usam internet com certa frequência.
Os principais aspectos de um estilo de vida conectado são a mobilidade e o desejo de realizar diversas atividades on-line em tempo real. No Brasil, 61% dos conectados e 4% dos não-conectados utilizam serviços de consumo de vídeo que permitem pausar um vídeo em um dispositivo e retomar a reprodução em outro.
Para os usuários mais conectados, a tecnologia tem o poder de promover mudanças positivas em diversos setores, mas ainda há algumas barreiras. No Brasil, 59% dos participantes acreditam que a conectividade auxilia na democratização da educação. Porém, 38% admitem que a falta de segurança e privacidade on-line é um grande risco.
As atitudes do consumidor em relação à conectividade estão se transformando ao longo do tempo, juntamente com o crescimento da rede e o desenvolvimento de serviços para os mais diversos tipos de usuários. Por exemplo, a escolha por interações sociais por meio da internet no lugar das interações físicas continua a crescer. Ao mesmo tempo, mais pessoas preferem integrar o trabalho com a vida pessoal em vez de estabelecer um equilíbrio entre os dois.
O estudo foi realizado com base em 45.290 entrevistas on-line e presenciais com usuários de 15 a 69 anos, representando um total de 1,2 bilhão de pessoas distribuídas em 24 países: Brasil, Angola, Canadá, Chile, China, Colômbia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Costa do Marfim, Jamaica, Japão, Quênia, Líbano, Noruega, Polônia, Rússia, Coreia do Sul, Suécia, Tailândia, Reino Unido e Estados Unidos.
Fonte: Revista W.